quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Abertura dos portões. 2ª parte.

Sua atenção volta a focar-se para o baralho, que aparentemente, para ele, era normal.
– Está pronto? – diz à moça que rapidamente e experientemente embaralha suas cartas de uma maneira única e oferece para que o garoto as corte com um sorriso estampado em seu rosto, um sorriso, de alguma forma, maléfico.

Enquanto Damon permanecia dentro da barraca que o havia atraído, Angel perguntava a si mesmo se era uma boa idéia entrar naquela barraca que sem via das duvidas era sombria – talvez por esta razão que os outros a ignoram . Um rangido de madeira velha e fraca faz com que o corpo de Angel se incline para trás, como se essa fosse a maneira de seu corpo dizer para ele não avançar mais nenhum passo. Entretanto, fechando os olhos e sugando uma grande quantidade de ar para dentro de seus pulmões, uma simples ação ocorrente de olhos fechados, Angel começa a caminhar para o interior repugnante daquela barraca.

O som de sua respiração ofegante se expandia no vazio, à escuridão da barraca se misturava com a escuridão causada pelos olhos fechados do garoto, lentamente os olhos se abrem, mas, a sensação é de que ainda continuavam fechados, a vela que continuava a queimar permitia que Stalin avista-se uma cadeira de madeira, que apesar de velha era simples e passava a sensação de ter sido pouco usada.

O reflexo da face de Stalin na bola de vidro era desfigurado pelo reflexo da escuridão. No centro daquela escuridão, duas bolas amarelas surgiram do nada como o sol que surge por detrás das montanhas. Agora, Angel se inclinava para frente com a boca entreaberta, ele estava seduzido por aquelas bolas flutuantes a cada vez que se aproximava observava algum detalhe; o que mais lhe chamou a atenção foi que, no meio daqueles tons amarelos, havia um corte preto que os destacavam ainda mais. Sem dúvidas, seduzido, mas, ao mesmo tempo em que se desligava do resto do mundo ele estranhava algo anormal que ocorria naquele ambiente.

Três segundos, esse foi o tempo em que aquelas bolas ficaram imóveis, três segundos passados, as bolas se movem no meio do nada, e como se saltassem, avançam para cima do garoto que, assustando-se, se joga para trás, caminhando a ponto de perder o equilíbrio, inspirava o ar que se misturava com o cheiro de vela queimada, retorna o equilíbrio, alguma coisa dura por trás na região dos joelhos e o força a sentar, era aquela velha cadeira.

Com sua face pensativa, interrogava a si mesmo com as perguntas; “como essa cadeira chegou aqui?”. “Como ela chegou atrás de mim?”. Se agora a pouco ela estava ali do meu lado. Respostas sem lógica – como a cadeira se mexendo sozinha , “ela veio andando até mim” eram excluídas, a resposta mais lógica era sempre a mesma, alguém a havia colocado ali, atrás dele.

Os pensamentos de Angel eram encerrados por um miado fino de um gato. Virando se para trás ainda sentado, nota um gato preto com uma mancha branca em seu pelo exatamente no centro de sua testa, o gato estava sentado na entrada da barraca; percebe que as bolhas flutuantes que tanto lhe fascinaram eram apenas seus olhos que, no exato momento, pareciam gravar sua imagem no interior de alguma de suas sete vidas.
Stalin, meio que irritado, faz uma cara parecida com a de um cachorro rosnante, o gato que ainda o olhava fixo ignorava sua cara. Pouco tempo depois, a imagem daquele gato desaparecia por trás de uma cortina roxa que impedia a vista do lado de fora da barraca.

3 comentários:

  1. migo logo na primeira amei!!
    ja to pronta pra le a terceira tá!

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  2. UAu!
    Totaaal!!!
    *---*
    Acompanhando constantemente.
    Espero a próxima postagem!

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  3. Merlim! *-* Tá muuito showdi o blog!
    A capa/ouseilá tá perfa!
    =**

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