quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Abertura dos portões. 3ª parte. ( Final )

Passos, abafados na tentativa de não serem ouvidos, uma mão passa sobre a face do garoto, que no exato momento que sentia aquele toque começa a ter a chance de ter um ataque cardíaco, da forma bruta e veloz que seu coração começava a bater, dedos enrugados, dois com calo nas pontas, os dedos param em seu queixo, o polegar que tinha a unha mais afiada e pontiaguda passava a sensação de querer um pouco de sangue daquela pele clara, com a forte sensação flutuando no ar faz que Angel respire fundo engolindo toda sua saliva, que desliza para o fundo de sua garganta, suas pupilas estava expandidas e imóveis.

Uma pressão causada pelos dedos aperta-lhe o rosto e com rapidez o faz olhar para frente, do rosto à mesa, os dedos deslizavam na mesa como se fossem pernas andando lentamente, dedo após dedo, os passos param outro rangido de madeira velha seguido de um barulho forte e dessa vez capaz de ser identificado, era uma cadeira sendo empurrada para frente e posta junto a mesa, mas o que estava neste momento indefinível era a face de Stalin, que não passava a certeza de estar com medo, curiosidade, fascinado ou somente pensativo, seus olhos já não piscava, sua boca soltava lentamente o ar recolhido por suas narinas.

A luz da chama mostra o que se escondia por trás da mesa, uma velha, que tinha a cara cansada e enrugada, um sorriso macabro estava pendurado em seus lábios, seus cabelos era pouco visível pela escuridão, mas, notava-se facilmente ser crespos, a velha inclinava-se para frente e soltando uma brisa faz com que a vela se apague.

A escuridão toma conta daquele local completamente, agora ali poderia ser tudo, menos uma barraca, Angel fica em silencio nem sua respiração ou qualquer outro ruído pode ser escutado, quando uma voz velha mas ao mesmo tempo firme surge e seu eco se expande no ar como se ali fosse uma enorme caverna ou um alto abismo.

-- Vou lhe fazer três perguntas, com duas escolhas , duas respostas eu quero que sejam concretas você tem direito de escolher ambas, somente uma vez. Sugiro que não pense, deixe que sua resposta saia da alma, pois são estas respostas que o fará sair daqui só não sei vai ser vivo.

O suor de Angel descia pela lateral de sua face enquanto permanecia calado, um suor frio que era composto por medo e pela ansiedade das perguntas que não demorou para chegar.

-- Primeira pergunta, se fosse para uma direção qual seria ela, sorte ou sul?
--Sul! -A resposta foi rápida e era firme apesar de não entender o porquê daquela pergunta.
-- Segunda pergunta, amor ou justiça?
-- Ambas! –Naquele momento não existia dúvida alguma.
--Terceira e última pergunta, acredita em coincidência ou destino?
--Destino. – O suor para, um suspiro é solto, mas aquela voz ainda dança no interior da cabeça de Stalin.

A velha não fazia mais nenhum barulho, logo uma forte luz azul celeste começa a sair do interior da esfera localizada no centro da mesa, aquela luz mostrava todo o interior da barraca, a velha havia mudado seu sorriso, no exato momento era um sorriso inspirado em esperança e felicidade, seus olhos brilhavam de acordo com a luz como se agradece-se a alguém por ter-la permitido ver aquele momento que a tempos espera, não demorando muito tempo suas mãos começa a alisar e rodear a bola com agilidade, a intensa e azulada luz acompanhava a sua palma, poucas vezes apenas iluminava, outras formava imagens e figuras que só então a velha , parecia entender e decifra-los.

-- Então garoto, Pronto para encarar seu destino?

As mãos da velha começam a descansar sob a mesa enquanto seus olhos profundamente entravam pelas pupilas de Angel e percorria um caminho estreito até chegar a sua alma, que parecia estar congelada, imobilizada e sem qualquer noção do que lhe esperava dali para frente.


Fim do 1° capitulo.
comentem :)
proximo cap: Revelaçoes

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